sexta-feira, 4 de novembro de 2011

NIGERIA, ORE!



As tropas nigerianas patrulhavam nesta terça-feira os vilarejos da região de Jos, centro do país, em um ambiente de enorme tensão dois dias depois do massacre de pelo menos 500 cristãos, mortos a golpes de facão e queimados vivos por criadores de gado muçulmanos.A tensão é percebida nos vilarejos traumatizados, que enterram desde domingo os mortos. Muitas vítimas eram mulheres, algumas grávidas, e crianças."Vamos nos vingar", afirmou um jovem durante um sepultamento na segunda-feria em Dogo Nahawa, uma das três aldeias atacadas. Um jornalista muçulmano que cobria um funeral quase foi linchado.Segundo uma fonte militar, um soldado morreu na segunda-feira em Bukuru, a 20 km de Jos, quando tentava acalmar os jovens cristãos que planejavam represálias.O Exército enviou soldados à região, que está em alerta máximo desde a noite de domingo por ordem do presidente interino Goodluck Jonathan.A região já estava sob toque de recolher das 18h00 às 6h00 desde o episódio anterior de violência, em janeiro, quando mais de 300 muçulmanos morreram nas mãos de cristãos.Desta vez os criminosos, segundo os sobreviventes e as autoridades locais, eram criadores de gado nômades muçulmanos da etnia fulani que mataram cristãos sedentários da etnia berom.

Cristãos queimados vivos na África. O que eu tenho a ver com isso?





Muita gente costuma falar de México, Iraque, Palestina, Afeganistão e – agora – Líbia, Síria e Egito para citar os locais mais violentos do mundo. Mas o Brasil já é um dos países onde se mata mais gente no planeta.
Só que muitos movimentos sociais têm praticamente valorizado a morte de um homossexual, como se um gay morto valesse mais do que 100 héteros. E quando isso acontece, a reação é nacional, não importa se a morte ocorreu no Sertão da Paraíba, nos Pampas do Sul, nas florestas de Roraima ou na esquina da rua ao lado. Todos eles se unem, contabilizam os assassinatos nas suas estatísticas e ficam em luto como se um parente próximo fosse morto.
Por outro lado, vez por outra, vemos crente morrer. Não aqui no Brasil (pelo menos ainda). É Costa do Marfim, Nigéria, Coreia do Norte, Sudão... Basta sair pesquisando no Google “cristãos mortos”, e o resultado será extenso. Eles não são simplesmente mortos: são triturados, moídos, massacrados, chamuscados, chutados... São mortes hostis, para não só matar, mas também dizer “matamos com gosto”.
E o que temos feito? É bem verdade que não temos como ir lá com um grupo de seguranças bem armados e enxotar essas hienas ferozes. Mas onde está nossa preocupação? Seria demais orar por essa gente sofrida, que não tem ajuda de mídia (principalmente essa imprensa brasileira desmoralizada), de organizações de direitos humanos (que se preocupam mais com os direitos das feministas, de homossexuais e outros movimentos do seu interesse) e dos governos locais (que, na sua maioria, são coniventes com essas práticas – quando não são os próprios agentes)?
Os israelitas clamaram pela ajuda de Deus quando estavam no Egito, e Ele enviou Moisés para resgatá-los. Deus está preocupado com seus filhos ainda hoje. Missionários são enviados constantemente (apesar de muitos ainda serem mortos). Mas, e nós, e nossa oração, nossa intercessão, nossa preocupação, por onde andam?
A foto acima choca. A ideia foi essa. Mas mais chocante é a negligência com as vítimas da foto. Eu não diria nem da ajuda do mundo, eles se felicitam com tudo isso. Falo do descaso dos próprios crentes, nas suas zonas de conforto, que mal se sensibilizam ou se preocupam com seus irmãos, com os quais morarão no céu em breve.
Enquanto nosso momento de levar fogo no corpo, perseguição mortal e hostilidade desumana ainda não chega, lembremo-nos daqueles que já sofrem com isso.O alento para tudo isso é que esses irmãos morreram queimados, perseguidos e tiveram seus corpos incinerados, mas agora estão diante de Deus e nunca mais verão fogo consumindo-os. Já os seus detratores, esses sim sofrerão na eternidade no lago de fogo e enxofre, caso não se arrependam dos seus atos.
Então, como crentes, firmemos o compromisso de levar a Deus os gritos de súplica dos perseguidos. É o mínimo que podemos fazer. O mínimo, diante do bem-bom que vivemos. Não apenas uma simples emoção, lágrimas baratas e provisórias, sensibilidades momentâneas. Mas uma atitude bem diferente da dos que dizem “Eu não os conheço, não tenho nada a ver”.